6 de agosto de 2009

Resenha: "Mon Chinois"

Por: Kamui Lopes
Na tentativa minha de analisar o ganhador de melhor curta-metragem de animação do Anima Mundi SP 2009, Mon Chinois, me debrucei sobre vários comentários em vários sites e blogs, percebi que a maioria dos comentários era valorizando o talento do autor (e Animador) Cédric Villain, e, é claro, a premiação no Anima Mundi. Contudo encontrei uma postagem, no Moviola, que ressaltava o caráter crítico do curta. Então, decidir que este será meu ponto de partida.
A construção da identidade do personagem no curta é baseada no estereótipo criado na Europa e nos EUA do que é “o chinês”. Este estereótipo é o preconceito e descriminação sofrida pelos imigrantes (asiáticos, latinos, africanos) ao final da primeira grande guerra até nossos dias; se buscarmos referências de filmes e seriados norte-americanos e europeus que haja a presença (ou faça inferência) de personagens não oriundos a países pertencentes a este eixo ficará perceptível a caricatura como forma de representação.
A representação é uma opção de escolha que dita a qual modo será descrita a realidade, esta representação sustenta o regime de verdade, ao mesmo tempo em que constrói preconceitos e estereótipos. Mon Chinois chama a atenção para a desapropriação do poder eurocêntrico de julgar e de caracterizar o externo, o outro.
Colocando o discurso em primeira pessoa e com um pronome possessivo, fica evidente o caráter crítico e, acima de tudo, contestador. Quero ressaltar que a caricatura é uma forma de representar, onde determinados elementos são focalizados e outros são apagados ou menos enfraquecidos, contudo temos que lembrar que em nenhum momento está representação diz respeito a um determinado objeto ou sujeito como um todo.
O trabalho de Cédric Villain é um trabalho conceitual, colocando a estética a serviço da reflexão critica.
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