Não é fácil falar sobre os gênios, seja lá qual for sua área de atuação, mas precisávamos deixar algo aqui em memória deste grande escritor. José de Saramago faleceu no dia 18 de junho deste ano, aos 87 anos em Tías, Província de Las Palmas, das ilhas Canárias, na Espanha. Um grande escritor português, de obras como: Memorial do Convento, O Evangelho segundo Jesus Cristo e Ensaio sobre a Cegueira.
Capaz de propor ao leitor pontos de vista oblíquos sobre assuntos já convencionados e mesmo assim colocar em pauta reflexos e indagações surpreendentes também era dono de uma simplicidade / singela em suas palavras. Seus contos na eram universalistas, já que visava o debate, entretanto era através da diversidade que trabalhava que seus contos que ganhavam notoriedade.
Prêmios Nobel de literatura em 1998 e Camões em 1995. Saramago não discursava apenas para um público, era um discurso pelo público, pelo direito de poder ver um assunto por vários ângulos, reconhecendo limites e intenções de autores e personagens.
A narrativa empregada nos texto de Saramago perpassa várias linguagens (teatro e cinema, por exemplo) e atingia um público variado, porém são as crianças que Saramago não acreditava alcançar pelas suas palavras, e, através de uma animação de uma de suas obras, A maior flor do mundo, podemos observa que suas palavras talvez não alcançassem realmente os pequeninos, mas sem dúvida conseguia mudar nosso olhar sobre elas e sobre as nossas crianças interiores.
A maior flor do mundo é uma animação em stop-motion que ao fazer uso de vários planos, consegue retratar a poética de Saramago. Indico este curta, não pela qualidade técnica e sim pela estrutura narrativa do texto de Saramago, ficando aqui a nossa homenagem a este grande gênio (atrasada sim, mas verdadeira!).
por: Kamui Lopez