Nas últimas semanas conhecemos um pouco de alguns dos principais estúdios que contribuíram e se destacaram na história do cinema de animação. Na postagem de hoje vamos conhecer sobre o invento que trouxe grandes alterações para o cinema de animação – a televisão. Graças a invenção desse transformador aparato tecnológico, tivemos excelentes produções de grandes estúdios, os quais ficaram responsáveis pela produção das chamadas séries animadas para televisão, popularmente conhecidas como desenhos animados.
O teste de transmissão com o boneco do Gato Felix |
Sabemos que o homem sempre desejou dar movimento a suas obras estáticas, com o surgimento do cinema esse anseio foi suprido. Contudo, ainda existia o desejo de transmissão de imagens em movimento a grandes distâncias. No decorrer da década de 1920 temos os primeiros modelos de aparelho de televisão. Inclusive, o incrível personagem gato Felix foi a primeira imagem a ser transmitida em um receptor de TV, ao utilizarem, em 1928, o personagem como teste de transmissão de TV.
Ruffy e Reddy (1957)
Depois disso, a televisão passou por um processo de lapidação que permitiu o desenvolvimento dos aparelhos e das tecnologias responsáveis pela transmissão da imagem. E na década de 1950 temos o boom da televisão, deixando de ser um artigo de luxo, para se tornar um importante meio de comunicação e principal responsável pela transmissão e popularização dos desenhos animados.
Tom e Jerry (1943)
Os curtas animados com duração média de cinco minutos que mostravam personagens em situações cômicas e algumas delas de extrema maluquice eram exibidos no cinema, antecedendo o cinejornal, o documentário, os trailers e o próprio filme de ação ao vivo, que compunham a sessão de cinema. Essas sessões de cinema eram assistidas principalmente por adultos. Com o surgimento da TV, esses curtas animados passaram a serem exibidos como forma de preenchimento da grade de programação das emissoras que carecia de programas, reprisando o sucesso de grandes personagens animados do cinema: Pica-Pau, Tom e Jerry, os Looney Tunes e até mesmo Mickey Mouse. Nesse momento, os curtas-metragens animados eram apresentados como uma série (vários filmes animados seguidos) em um programa da emissora de TV, conduzido por um apresentador.
O sábado de manhã
Além disso, sucedeu-se a criação de um horário exclusivo na programação das redes televisas para as crianças. O sábado de manhã era um horário inexpressivo comercialmente, de acordo com os anunciantes, e por isso foi destinado ao público infantil. A partir desse momento, temos uma grande mudança de foco nas produções animadas – as séries televisas, popularmente conhecido como os desenhos animados. Esse tipo de produção de baixo orçamento, que se caracteriza principalmente pela utilização de poucos personagens e a repetição de cenários, não se traz o mesmo cuidado artístico e técnico que se tinha nos filmes animados de curtas e longas-metragens exibidos nos cinemas.
Crusader Rabbit (1949)
Scooby-Doo (1969)
Por outro lado, não podemos deixar de evidenciar que por mais que tenha havido essa queda de qualidade, alguns estúdios, mesmo com a produção de movimentos simplificados para seus personagens, criaram desenhos animados memoráveis: Os Flintstones (1960) e Scooby-Doo (1969) produzidos pelo importante estúdio Hanna-Barbera, A Pantera Cor de Rosa (1964) de Friz Freleng e Peanuts (1965) de Charles M. Schulz. Contudo, não podemos deixar de evidenciar que os desenhos animados foram os principais responsáveis pela classificação errônea e preconceituosa do cinema de animação, vinculando toda a técnica à infância, por muitas vezes sendo taxada como gênero, exclusivamente voltado para o público infantil.