Por: Thiago Vidotto
Segundo dia de AnimaMundi em São Paulo e hoje a programação era a mais pesada dos 5 dias.
Ainda senti alguns problemas na organização como o de mais uma vez não pediram minha carteirinha de estudante para comprar os ingressos e mais alguns que falarei mais para frente. (que fique bem claro que eu acho o AnimaMundi extremamente bem organizado e eles não tem obrigação de serem perfeitos em todos os aspéctos). A Programação do segundo dia foi: Curtas 12, 03, 05, 06, 14 e 08, Portifólio 1 e o longa “Peur(s) du noir (medo(s) do escuro)
Começamos pelo Curtas 12 que teve três animações muito interessantes: “For Sock’s Sake” um Stop Motion com peças de roupa feito por alunos da escola francesa Gobelins; outra animação francesa dessa vez em 3d, “Yankee Gal” que retrata os ultimos momentos de vida de um piloto e intercala com flashes de suas memórias de uma garota norte americana e “Checkoo” outra animação muito boa da sessão, animação sueca em 2d com ótima trilha sonora e concept art, que retrata um personagem que resolve mudar sua vida utilizando o energético checkoo.
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Para finalizar essa sessão “Presto” da pixar, que passou nos cinemas antes do filme Wall-e e por motivos um tanto óbvios tinha na ficha de avaliação marcado que não participava da votação apesar de estar na sessão de curtas participantes.
No Curtas 05 tiveram animações muito boas também como "De Si Près” animação francesa que retrata os traumas de guerra de um homem quando leva sua netinha para passear. “Le Petit Dragon” (imagem abaixo), também francesa e ganhadora no rio de janeiro como melhor trilha sonora é um stop motion com um boneco do Bruce Lee que tenta sobreviver no inóspito mundo do quarto do seu dono. Outra animação muito boa foi “Alma” que retrata um tipo inusitado de rapto de crianças. A ultima animação “Granny o Grimms Sleeping Beauty” passou sem legenda o que fez algumas pessoas saírem antes do fim.
O Curtas 06 não tem muitas animações boas, mas tem “Muto” que ja estava no youtube a algum tempo mas que muitas pessoas na platéia ainda não conheciam e ficaram espantadas chegando a aplaudir no final. “Muto” é uma animação feita em forma de grafite em paredes e chega a ter imagens feitas com 4 ou 5 metros de altura. A dificuldade e a criatividade renderam merecidamente no rio o melhor curta pelo juri profissional. No domingo agora, falaremos mais sobre essa incrível animação.
Curtas 14 foi o mais fraco do dia e ainda teve o agravante de ter em sua animação mais longa “Lili”, animação da Estônia em (segundo o wikipedia) estoniano, que foi sem legenda. Alguns trechos algumas pessoas conseguiam traduzir acredito pelo fato da proximidade ao alemão, mas mesmo assim foi crucial para o fato do entendimento da animação. O Pouco que eu soube dos diálogos ja achei muito importante para o entendimento.
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O Curtas 08 já foi comentado no blog mas eu preciso falar um pouco dele pois até então foi o melhor de todos os 11 vistos, que renderam meus segundo e terceiro votos 5 (excelente) nas avaliações para “Mon chinois” e “The cat piano” e mais quatro avaliações 4 (muito bom) para “Como Comer um Elefante”, “Pig me”, “E.T.A” e “Camilla”.
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Amanha tem making of do Bolt, para mim a mais esperada de todas e com convite comprado desde antes de começar a primeira sessão do primeiro dia de São Paulo e mesmo assim meu numero é 73. A Sala do Memorial comporta acredito que umas 400 pessoas, então acho que quem quiser ir nesse era bom que comprasse com antecedência pois acredito que esgota rápido. Hoje algumas sessões de curtas esgotaram com quase 1 hora de antecedência. A do Bolt é única e ainda tem na divulgação o nome “Walt Disney Animation Studio” o que com certeza vai atrair mesmo as pessoas que não sabem o que vão escolher para assistir.
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Por: Marcos Ramone
Para aproveitar o gancho da sessão Curtas 8, que o Thigo foi ontem, gostaria de mostrar a todos a pequena entrevista que fizemos com o Diretor de Animação do curta "Como Comer um Elefante", o Jansen Raveira. A animação mostra a experiência traumatizante de uma aspirante a Miss ao tentar ler O Pequeno Príncipe. Uma produção do estúdio 3Moinhos.
Animação S.A. - Qual foi a maior influencia de você ao fazer a animação?
Jansen Raveira - Desde criança que eu gostava de animação e queria fazer isso, porém as coisas ficaram mais claras nas primeiras edições do Anima Mundi. O festival realmente me ajudou a perceber a animação como algo mais próximo e possível de ser feito.
Animação S.A. - O que vocês tem a dizer sobre o mercado de animação daqui do Brasil?
Jansen Raveira - Eu estou impressionado e mal posso esperar pelo que vem pela frente. A cerca de cinco anos atrás todo esse movimento que vemos hoje era algo utópico. É impressionante ver tantos animadores tendo a animação como profissão, e não como hobby. A coisa ainda está no inicio, mas já não está engatinhando mais. |
Jansen Raveira - No meu caso foi mais ter que lidar com a minha total falta de disciplina. Uma coisa é trabalhar para os outros, outra é fazer o seu próprio filme. Eu sou péssimo para mandar em mim mesmo. Eu sou tão displicente que esse filme só foi possível com a ajuda dos amigos que entraram na equipe no decorrer do processo. Eles não só me ajudavam como também me cobravam para que eu terminasse as coisas.
Outra dificuldade muito grande que eu tive no processo foi lutar contra a tecnologia quando ela falha. No decorrer da produção fiquei com o filme parado três vezes devido a sucessivas queimas da placa mãe do Macbook que eu usava... e isso sempre acontecia antes de fazer o backup. Isso me levou a recorrer a maquinas emprestadas (Laura, te amo!) e a quase desistir por achar que se tratava de alguma urucubaca.